terça-feira, 25 de agosto de 2009

O poder da permissão.

Diante das eternas discussões entre religião x ciência, sobre a existência ou não de um Deus, as certezas são eternas para quem simplesmente se permite viver a proposta. As escolhas tomadas durante a vida, revelam o ser em seu íntimo, definem o caráter, personalidade e introduzem a realidade do mesmo no meio social. Se alguém me perguntar se sou capaz de definir a minha religião de expressar com palavras a minha fé, de fato, vou me entrelaçar em pensamentos e discussões e jamais serei capaz de demonstrar aquilo que realmente sinto. Mas há uma resposta simples e fácil para tudo isso. Posso não falar, escrever ou desenhar de uma forma concreta a minha realidade, mas sou capaz de vivê-la. Desde a minha entrega pessoal a um Deus vivo e presente, percebo que minhas atitudes, meus pensamentos e ações já não são os mesmos. No momento em que entreguei minha vida nas mãos do Pai, encontrei a capacidade de ser diferente. Enxerguei que os métodos de vida as quais eu carregava comigo, eram um fardo e não uma liberdade promissora. Fazia de minha vida, uma aventura sem fundamento, transformava as minhas certezas em simples possibilidades derradeiras, que me levavam sempre a um caminho injusto e sem sabor. Injusto perto da verdade a qual hoje vivo. Descobri no amor de Deus, um incentivo a descobrir-me e realizar em mim e por mim, as mudanças que seriam realmente capaz de preencher um coração jovem, que almejava o novo.
Hoje, certamente apaixonado por esse Deus, tenho a certeza de que tudo isso só aconteceu e acontece porque eu pude dizer sim. Eu já tive minhas dúvidas, meus receios, já errei e sou limitado como qualquer outro. Assim é a humanidade, cheia de faltas e falhas, e comigo não foi diferente. Mas na minha ousadia juvenil, decidi abrir mão do comum, e arrisquei conhecer uma realidade diferente. E só poderia vir a acontecer por mim. Foi a minha escolha, era a minha hora de decidir entre o querer e o não querer, entre vir a ser novo ou caminhar na mesmice incapaz de revelar uma felicidade permanente.
Deus é assim. Só sabe amar. Nunca é tarde para um recomeço, a realidade de Seu amor, é que explicita a capacidade de fazer-nos novos, de remodelar-nos e colocarmos numa nova direção. A certeza de um norte, transforma o sentimento de culpa num incentivo a seguir, num impulso pra não desistir.
É preciso viver intensamente. Não falo da intensidade de bebidas, drogas, transas, farras ... mas de uma intensidade que nos revela, que é capaz de autenticar-nos como homem ou mulher. Viver a vida, não é um propósito para estragá-la ou adiantar o seu fim. É preciso descobrir que além da morte, existe uma eternidade e que aquilo que se cultiva no hoje, é o que se mantem como propriedade no eterno. O prazer que disfarça a solidão, carrega junto a si, a dor do amanhã. Por mais inevitável que seja, a maturidade não só é adquirida na dor, mas na percepção humana de discernimento entre as escolhas do que de fato marca a nossa passagem como humano. A permissão ao amor de Deus, incere-nos num contexto assim. Uma felicidade segura, a dor que já não fere, o ódio que não atinge, a mesmisse que não nos rege.
E assim é a vida. Como num diário, somos convidados a escrever a nossa história todos os dias. Qual será a sua? Quais marcas desejas deixar? Nas contradições mundanas, a realidade é real, fantasiar um mundo é o primeiro passo para passar pela vida sem vivê-la. Só o amor de Deus é capaz de fazer com que nós nos descubramos. Permita-se, descubra-se, aceite-se e viva.
"Quando o amor de Deus, encontrar lugar, no teu coração cansado, por certo entenderás que tu és bem mais..."

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

E não nos deixeis cair em tentação. Amém?

A nossa oração é clara. Ao elevarmos nossas preces aos céus, recorremos sempre por uma força para lutar contra e resistir as tentações propostas a nós pelo "mundo". Porém, palavras são só palavras. A psicologia nos ensina que as mesmas são a terceira instância em uma tentativa de expôr a realidade a qual vivemos, e que é essa uma forma distorcida de expressarmos aquilo que realmente sentimos. E por tantas vezes é realmente essa a nossa realidade. São constantes as nossas batalhas entre a possibilidade da oração e talvez uma boa noite de sono ou algo do tipo. E é ao proclamar de nossas bocas a oração que Cristo nos ensinou, que por obrigação assumimos o papel cristão de realizar aquilo que é vontade de Deus, ou não?
Interessante é a facilidade a qual se encontram decoradas em nosso cotidiano as palavras que retratam a oração cristã, mas é fato, que nossas atitudes por muitas vezes deixam a desejar essa função básica de vivermos nossa religião. Prático é encher-se de auto-estima ao recitar as palavras da oração do Pai nosso, mas realizar a proposta de viver intensamente aquilo que por nós é decorado, que se resume ao processo de conversão diária disponibilizado por Deus, é uma tarefa muito além do que podemos vêr.
As tentações são inúmeras e já disse o próprio Cristo: "O espírito está pronto, mas a carne é fraca". E são as necessidades carnais que nos impedem de viver de fato a última frase da oração do Pai nosso: "E livrai-nos de todo o mal". São as nossas fraquezas, diante das questões íntimas ou não, que nos afastam do céu, e assim tiram de nós a oportunidade de viver o tempo do mundo com o coração cheio de divindade, e consequentemente, imersos na paz do Senhor.
Hipocrisia é assumir como motivo de fraqueza a humanidade. Cristo se fez homem, e nem por isso abriu mão das necessidades do Pai e literalmente doou sua vida por isso. Muito maior que as nossas tentações foi a de Jesus. O próprio anjo mau colocou a teste a Sua firmeza, e Ele resistiu a tentações muito maiores do que nos são apresentadas hoje. As certezas de reinos, poder, mulheres, domínio ... não retiraram de Cristo a importância do amor de Deus. Percebeu que acima de qualquer forma de satisfação, nada era maior que a certeza do alto.
E quanto à nós? Somos tentados por absurdos mundanos que nos retiram a possbilidade de enxergar com a ótica divina. Enchemos à boca para pedir a Deus que nos livre das tentações, mas somos nós mesmos que buscamos nos afastar do Reino dos céus. Por tantos "nadas", abrimos mão de tantas certezas e nos deixamos levar por um caminho repleto de farsas e de instantaneidades, onde a alegria de hoje, se transforma na vergonha e na tristeza do amanhã.
Cair em tentações é humano sim, mas limitar-se a não resisti-las, é virar as costas ao amor de cruz. Quantos "Cristos" terão que morrer, para que nós entendamos que nossa vida é muito além do que possamos imaginar? Será que a certeza de Seu amor, é incapaz de fazer-nos rejeitar as propostas não construtivas? É preciso entender a liberdade das escolhas do alto. Resistir as tentações não nos retira a possibilidade de viver, mas é preciso muito além do que resisti-las, por aprisionamento a um contexto religioso, perceber que os passos traçados hoje, serão os frutos a ser colhidos por nós num futuro, próximo ou não. A rejeição ao pecado e as tentações, acima de qualquer espécie de limite, abre a nós uma oportunidade de podermos crescermos como pessoas, ao tornar nossa vivência pronta para cada desafio apresentado.
Que apenas palavras, mesmo que pequenas, reiterem em nós a forma de enxergar o nosso próprio viver. Que saibamos assumir um projeto digno de salvação. Que muito antes de presos, ou obrigados a viver a religião cristã, possamos entender o amor que Cristo nos revela pela vida direcionada em seus princípios, e assim percebamos a intensidade de viver indiferente ao pecado.
"E não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos de todo o mal."