sexta-feira, 31 de julho de 2009

A oração como encontro.

O mundo já não é mais o mesmo. Estamos na era do "fast food", "delivery" e de todas as expressões que insistem em apressar o nosso cotidiano, e tirar de nós a possibilidade de pararmos e revermos conceitos e valores próprios. Jesus, em momento algum, dedicou seu tempo apenas a auto-promoção. Empenhou-se inteiramente na realização do projeto divino, abriu mão de suas necessidades comuns e agiu integralmente em prol da salvação da humanidade. Uma vez realizado, instiu em manter-se presente e assim é até hoje, quando pela força de Seu Espírito, habita junto à nós em qualquer que seja a situação. Mas de que forma assumimos a força do Espírito Santo em nossas vidas? Até que ponto nos permitimos que os nossos corações sejam preenchidos pela força do Paráclito?
Ao deixar-nos como herança seu próprio Espírito, Jesus colocou-se à nossa inteira disposição e confirmou à nós, a sua vontade de estar em comunhão conosco, mesmo após seu sacrifício de cruz. Complicado é entender como na nossa humanidade, Deus se faz presente no nosso ato de oração. O que nos capacita a receber de uma forma tão íntima a presença espiritual de Cristo junto à nós?
Não há como encarar a oração como uma simples prece, como uma tentativa de se chegar ao céu, mas perceber no mais íntimo de nosso ser, a voz de Cristo à embalar-nos e guiar-nos pelos caminhos da vida. É preciso perceber na oração, um encontro verdadeiro com o Pai, que insiste em renovar-nos com suas doces palavras e sua forma peculiar de apaixonar-nos.
É preciso enxergar além do que a capacidade natural humana nos concede. Assim como na transubstanciação do pão e do vinho, em Corpo e Sangue de Cristo, a oração nos propõe a presença viva de Jesus em nossos corações. Na sua essência de existir, Deus não se faz omisso ao ponto de esperar-nos alcançar o céu, mas abre mão de sua divindade e se faz real na nossa existência ao se fazer presente na eucaristia e na oração.
Uma vez plantada a semente, é preciso deixar o terreno fértil para que brote a árvore com os mais belos frutos e é somente através da oração que conseguimos fazer com que isso aconteça.
É preciso embriagar-se de Deus. Orar, num sistema social sempre mais preso as tendências e o modismo, é mostrar-se capaz de perceber a santidade de Cristo, e aceitar em nosso viver a certeza de mudanças capazes de transformar-nos em pessoas indiferentes a mesmice enchendo-nos com o prazer do encontro com o Pai no mais ínitmo de nosso ser, embalados pela vontade de ser sempre mais.
"Eu não quero só dizer amém, quero mostrar com a vida que eu creio."

terça-feira, 28 de julho de 2009

O sim de Deus, e o não do "mundo"

"É preciso amar, as pessoas como se não houvesse amanhã". É assim que Ele nos ama. Em cada amanhecer a oportunidade de sentir-se amado, e renovar a relação com o Pai, nos é entregue de uma forma espontânea e real independente dos erros outrora cometidos. Ao aceitar esse amor, ao assumir a reconciliação com Deus, automaticamente , programamos a nossa vida em um cronograma repleto de serviço, de amizade com Ele.
Imaginemos agora Maria. Uma vivência coerente, buscando seguir os mandamentos, enfim, era uma religiosa. Se por acomodação, ela já achasse que sua caminhada já era suficiente, e ela dissesse NÃO ao convite do Anjo Gabriel, evitaria situações, que aos olhos do "mundo" (e da época), já eram mais que suficientes para isso. Mas Maria aceitou. Entregou-se ao serviço, e deixou o maior exemplo de disponibilidade com o SIM mais bonito da história.
Maria deve ser tomada como o protótipo da Igreja. Nós que fazemos parte da mesma, precisamos agir assim como ela, que abriu mão de todo conforto e foi em busca de realizar a vontade de Deus. Quantas vezes em nossas vidas, deixamos o projeto d'Ele em segundo plano, e buscamos a comodidade egoísta e indiferente capaz de satisfazer os sonhos humanos e nos distanciamos do alto?
É justo um SIM. É justo diante de todo esforço e dor de cruz, é justo quanto a um sonho que é sonhado de forma conjunta, na peculiaridade de Deus, mas na sua forma clara de expressar o Seu amor por nós. O sim pra Deus, é um processo construtivo. É colocar-se ao longo do tempo à disposição do céu, e encher os corações alheios e o próprio coração da necessidade da caridade. Dizer sim à Deus, é abrir mão de costumes práticos, é deixar de fazer juízo do que é certo ou errado, e mergulhar no profundo mistério divino.
O não ao "mundo", não significa abdicar da vivência cotidiana, ou dos projetos uma vez sonhados por nós, mas é fugir da rotina, é entender no amor do Pai, a iniciativa de ir além, uma projeção vertical, capaz de colocar-nos numa posição acima, sem passar, ou ser, maior do que ninguém. É ainda, colocar lado a lado, a forma de enxergar os nossos sonhos, da forma como Jesus veria, é compartilhar o Sonho de Deus, com os nossos sonhos. Assumir um sim, diante da nossa humanidade, requer a capacidade de mostrar-se diferente. É procurar despir o nosso viver com as coisas banais e rechear-nos com o mais doce dos sentimentos, que é o Amor sincero, ágape, que instiga em nós a necessidade de transformar o outro, e assim o mundo.
É preciso estar no "mundo", sem pertencer a ele. É essa a perspectiva que o sim à Deus nos oferece, de sermos capaz de oferecer o inusitado para um cotidiano eventualmente mais igual. A certeza é que muito se há por fazer, e que Deus espera por nós, ansioso, a fim de moldar o nosso coração de forma singular e retirar de nós toda a intransigência e frieza que possamos carregar como fardo.
Somos uma nova geração, um novo tempo começa. Baseado na experiência "kairótica" de Jesus Cristo, não deixemos a graça passar. Que possamos assumir hoje e sempre o nosso sim, fazendo-nos disponíveis ao Reino, transformando o "mundo", num céu.
"Pra fazer você descobrir, que as coisas de Deus estão por fazer, e a força não pode e não vai deter, o que tem de acontecer."

quinta-feira, 23 de julho de 2009

A 'arte' de perdoar.

Não há como evitar. Somos limitados, imagem e semelhança de Cristo, porém limitados. Trazemos em nossas bagagens da vida, um excesso de faltas e falhas. É incluso no pacote humano a dom de errar. Deus já sabia disso, e ainda assim, ou só por isso, enviou seu Filho amado, para doar sua vida por nós e libertar-nos do mal. Mas somos infinitamente diferentes de Deus. Somos capazes de enxergar como ninguém o pecado e o erro do outro, mas não somos capazes de assumir em nós, o sacrifício de Jesus, para perdoar os pecados daquele que nos fere.
Quem somos nós para julgarmos e escolhermos o papel do outro em nossas vidas? Se Cristo houvesse selecionado os que Ele achasse "justo", estaríamos incluso? É provável que não. E com qual propriedade, retiro da minha vida, aquelas pessoas cujo julgamos boas ou ruins?
Deus humanizou-se, humilhou a si mesmo, e entregou sua vida por um amor maior, capaz de desintegrar qualquer tipo de desunião, e nos apropria do dom de amar, assim como Ele. Enxe-nos com sua franqueza em cada eucaristia, quando rege-nos através do Espírito Santo, mas na nossa fraqueza, resistimos a todo esse bem, e buscamos sufocar em nós a capacidade de olhar para o irmão como Jesus olharia.
O perdão traz em si, a essência do mais bonito no cristianismo, é através dele, que Cristo ressucita em nossas vidas, e assim realiza em nós e no mundo, o projeto de salvação da humanidade. É pelo perdão que unimos nosso foco num só ideal, o de fazer reinar em nosso meio, a paz e a unidade tão almejada pela Igreja e seus santos. É preciso estímulo. Perdoar, é reviver o sacrifício de Jesus. É enxergar naquele que nos magoa, um Lázaro, e só ao agir como Ele, somos capazes de fazer acontecer a vida no próximo. Perdão é o início de uma ressureição, só através dele, conseguimos fazer brotar em nós o sentimento de renovação, só o perdão é capaz de trazer-nos a uma nova realidade, sem ressentimentos ou mágoas, assim como em cada sacramento da confissão, onde Jesus inicia em nós um novo processo de redenção, capaz de alterar em nós, todo o velho e acrescentando-nos a iniciativa de sermos novos, promovidos pelo Amor do Pai.
Limitar-se ao rancor, é despromover todo o esforço de Jesus Cristo. Que nós sejamos capazes de enxergar no próximo um sepulcro vazio, e entender no mesmo, a ressurreição de nosso Senhor, Jesus Cristo.
"Alem dos teus erros, dos erros dos outros, além das escolhas tão erradas. Muito além de ti, além das diferenças ... Deus vai além."

segunda-feira, 20 de julho de 2009

É preciso o testemunho.

Viver a religião cristã é estreitar laços com o que é divino e buscar assumir um compromisso de caminhar ao aceitar a forma de viver de Jesus Cristo ao tomar como base seus ensinamentos e suas atitudes. Fácil? Nem um pouco. Viver intensamente segundo a proposta cristã, requer de nós um esforço diário, um empenho ferrenho, capaz de transformar o limite humano, numa realização divina.
Testemunhar é a forma mais bonita de expressar o seu amor por Deus, porque além de compreender, realizamos aquilo que é esperado de nós, mas é necessário honestidade e clareza. É justamente na intimidade que se faz necessário o testemunho. Não há unidade entre terra e céu, a partir do momento em que aquilo que pregamos não é realizado por nós. Testemunhar é acima de tudo viver, e se propôr a realizar o que nos é capacitado. É no mais íntimo de minha vivência, que nós temos que assumir o compromisso, e a partir daí, expôr o que de mais belo há na relação entre Deus e o homem.

"Ser santos, ou nada!". Testemunho é isso. É aventurar-se numa realidade, preenchido de personalidade é preciso entender os próprios limites, e saber até onde eu posso ir, sem nunca deixar de buscar uma força capaz de levar-me além daquilo que eu sou. Somos santos a partir do batismo, porém a forma como vivo a minha santidade, a partir daquilo que conheço, é a realidade do testemunho fiel, é entender no mistério da vida divina, a capacidade de descobrir em minha vivência o quanto mais eu ainda posso ser.
Testemunhar, muito além de palavras e obras, é perceber em si próprio, o projeto de Deus e a Sua vontade sobre mim. Deus não precisa de mim para ser quem Ele é, mas o céu exulta ao saber que mais um, se propõe a mostrar com a vida, a presença real de um amor que supera qualquer limite.
Assumir o testemunho cristão, significa realizar as boas obras, abrir o coração para aquilo que vem do alto. Sim, é preciso agir! A exposição se faz necessária, mas é exatamente a certeza do amor de Deus, que me transforma num NADA, para edificar o TUDO d'Ele.
Basear-se no Cristo, significa reter em mim a necessidade de amar, que apesar da cruz a ser carregada, minimiza o sofrimento e a dor, e vive em prol da "necessidade" do Pai. É tomar como exemplo a vivência suprema de Deus, e buscar ser um espelho de suas ações no "mundo". Ter a coragem de incluir-se num papel de testemunho, traz-nos a responsabilidade de sermos "espelho de Deus", indiferente a toda a dor da cruz, mostrar-se pronto, hoje e sempre, a realizar o que pelo Alto é desejado. Que nenhum sacrifício terreno, tire-nos a visão para enxergar a graça do testemunho verdadeiro, capaz de modificar e moldar o coração humano, inundando-nos com a revelação da alegria de viver o céu.
"Jesus teu jeito seja o meu jeito, eu quero ser bem mais do que já sou."

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Em busca do céu!



Acredite se quiser. Mas são milhares de jovens (200.000 pra ser exato), em busca de um só ideal, em busca da maneira mais frutífera de ser feliz! São sonhos vividos de uma forma única, realidades distintas, em busca de transformar o mundo em um local digno de se viver.
Complicado entender como tantos jovens, supostamente "perdem" seus feriados, viajens turísticas, pra se isolarem em um acampamento de evangelização ou um grupo de oração, a fim de quê?
É simples, já aceitamos o amor de Deus por nós. Somos limitados, pecadores, frágeis por natureza, mas Deus nos quer assim. Deseja de nós aquilo que podemos oferecer, e não há prazer maior do que dedicar a vida por isso. Impulsionados pela alegria de viver, e em plenitude com Deus, buscamos aprimorar o nossa caminhada terrena a cada passo dado, e contagiar a humanidade com essa alegria juvenil, que nos faz alçar voo, para uma certeza sempre maior.
Hipocrisia imaginar uma Igreja ultrapassada, com aspirações fixadas nos séculos passados. Somos atuais, somos reais. Aceitar viver segundo a imagem de Jesus Cristo, nos coloca numa função de buscar a santidade. Que sejamos firmes na nossa vocação, mas vestidos de calças jeans e tênis, porque de fato, o que importa, é estar revestido da graça de Deus, e do amor de Cristo.
"Yes, we can!". Ser cristão traz a responsabilidade de quebrar barreiras, é necessário romper os preconceitos, acreditar no inimaginável aos olhos do mundo, e mergulhar fundo na vontade de Deus. É preciso coragem, descartar toda espécie de acomodação, e colocar em prática todo o ensinamento de 2000 anos atrás, sempre atual e renovado, por um Autor, sempre mais próximo de nossas atitudes.
Custa viver? Entregar-se aos braços do Pai, é encontrar motivos para seguir. É dar os passos num terreno firme, que certamente, haverá pedras e alguns espinhos, porém, nada capaz de tirar-nos as certezas do caminho.
Na beleza do mais puro amor, vale a pena persistir, vale confiar. Preenchidos pelo Espírito Santo, ser cristão é enfrentar os desafios, sendo guiado pelo Mestre dos mestres.
"O meu lugar é o céu, é lá que eu quero morar!"

terça-feira, 14 de julho de 2009

Insistir em acusar ou procurar entender?

Não é de hoje que ouço o velho comentário: "Religião não se discute!". Mas são exatamente frases pré fabricadas, que vem destituindo a imagem de uma igreja racional, que luta e busca compreender a realidade de cada ser humano.

São diversos os temas polêmicos como: aborto, eutanásia, camisinha. Além das diversas discussões que existem sobre no que crer, entre pessoas de "igrejas" diferentes.

Complicado é para a Igreja Católica Apostólica Romana, fazer-se clara, quando seguir dogmas é ser ultrapassada, e quando demonstra abertamente os seus motivos e razões, é taxada como hipócrita por não seguir o que Jesus pregava.

A Igreja é vista de toda forma "de fora", e aceitar e entender alguns princípios da religião se torna inviável a partir do momento em que não se permite isso. O que geralmente acontece, é que os leigos não tem a intenção de buscar a realidade de tal contexto, e acusa, por vezes, sem conhecimento ou opinião própria, daquilo que se discute, tornar toda uma história, nem sempre transparente, em uma mentira.

A proposta universal da Igreja é de seguir e viver segundo a vontade de Deus, que se fez homem, e mostrou a nós uma realidade ideal a ser vivida. Buscar isso ou não, cabe a cada um escolher, o arbítrio é livre, todavia, incriminar e mal dizer toda uma geração capaz de realizar todo tipo de bem, é algo infrutífero perante qualquer diagnóstico, seja ele humano ou divino.

IGREJA CONTRA A VIDA?

São infindos os questionamentos quando se trata da situação sobre meios contra-ceptivos. Como entender o posicionamento da Igreja contra a camisinha?

Num mundo onde milhões morrem por conta do vírus HIV, é um questionamento válido a posição da Igreja sobre esse aspecto. Numa linguagem teológica, o que Deus nos propôs com a vinda de Jesus Cristo foi a defesa da vida acima de qualquer propósito.

Submeter-se diante das circunstâncias e aceitar o uso de preservativos, seria um passo retrógrado na busca pela dignidade humana e em pró de sua salvação. Não há como comparar a certeza que habita dentro de cada ser, de dignidade e responsabilidade perante suas atitudes, com um preservativo, que tem como principal função, proteger contra o vírus da AIDS e impedir gestações, mas nem tem 100% de eficácia, o que não vem ao caso. Permitir ser manipulado por um artefato de comércio, e colocar toda sua responsabilidade em um material de látex, difere muito da essência divina, que busca compartilhar a vida a dois, num casamento, com uma base familiar constituida por um afeto real e espontâneo. Não cabe a Igreja, aceitar certos tipos de posições, que custariam todo um projeto de salvação, realizado por Deus de forma minuciosa e peculiar, ao fazer de cada um de nós, um templo de seu próprio amor. Somos o próprio lar de Deus, e ao aceitar essa realidade, nos condicionamos a viver sobre um aspecto real de dignidade e edificação de si mesmo.

O processo de concepção é muito além de uma noite de prazer, e o preservativo se torna o elo da união da irresponsabilidade com o desamor de si próprio, desvalorizando um projeto de amor e comunhão de Deus com a castidade humana e seus princípios.

A necessidade de Deus.

Vidas preenchidas... Com o quê?
Foco. Tudo se resume a necessidade de busca que eu escolho, porque tudo me é permitido, mas até que ponto as minhas escolhas, me convém?
Deus nos convida a vida eterna, convida-nos a comungar de um espírito de fraternidade e caridade, e propõe a vivência n'Ele de forma particular, partilhada com a comunidade. Mas cabe a você, aceitar esse convite ou não.
E são muitos os que dizem não, ou que não conseguem enxergar o convite. Procuram preencher o vazio de seus corações em momentos, que se resumem a "alegrias" eventuais e passageiras. São muitos os que experimentam a droga por não ter o que fazer, que corrompem a sexualidade, que agridem o próximo, além de uma série de experiências justo por essa necessidade de preencher-se.
Quantas realizações profissionais, materiais, afetivas ... e onde está a felicidade? Como em tanta coisa junta, nada faz sentido? É preciso descobrir um mistério capaz de revelar o mais íntimo de nosso ser, é necessário permitir descobrir-se e viver junto a Deus.
E isso não dói, basta um sim. Um sim que abre um leque de oportunidades de enxergar em si mesmo, a capacidade de amar, de ser amado, de realizar e superar os mais tenebrosos desafios. Aceitar caminhar junto a Jesus, não significa assumir uma vocação sacerdotal e abandonar tudo o que já havia em seu viver. É uma vocação, sim, mas é uma vocação vivida no cotidiano, realizada de forma peculiar por cada ser.
Não dá pra evitar. Uma vez entregue ao amor de Deus, não há tendência, moda, fama que brilhe mais do que a beleza divina. É encontrar um tesouro, que não há preço, é sentir-se apto a inflamar não só o seu coração, mas cooperar para o bem estar de todo um sistema. Descobrir o amor de Deus, é romper as barreiras da mediocridade, e mergulhar num oceano profundo, coberto por uma mágica prestes a ser descoberta em cada amanhecer.
Foco, é o foco em Deus, é a força de um ideal, que transforma e guia, a cada um, sem nos acomodar, e sem tirar a liberdade de vivermos. A felicidade real, se encontra assim. Em cada santa missa, quando o sacerdote revela a nós o mistério divino, quando pela santificaão das oferendas, Deus se faz presente junto a nós. E através de uma simples hóstia, apenas pão, e o vinho, apenas vinho, se transformam no Corpo e no Sangue de Cristo, e é o grande passo. É descobrir em um simples pedaço de pão, e numa simples taça de vinho o Corpo, o Sangue, alma e a divindade de Jesus Cristo. Isso é necessidade! Isso é sustento! Não bastam roupas, dinheiro, corpo moldado. Tudo passa, mas a alma, isso é o que é eterno em nós, e só em Deus conseguimos renovar-nos todo dia, de forma única e verdadeira.
"Que me falte tudo, mas que nunca me falte O Tudo!"

A essência divina!

Perceber a sua disposição ao reino dos céus, não é tarefa nada fácil. Como enxergar o amor de Deus por nós, se ao enviar seu próprio filho ao mundo, o deixou sofrer cruelmente? Como entender a forma de amar de uma figura distante e surreal, incapaz de ser vistas pelos olhos humanos? Eis aí a necessidade de nossa resposta, a fé!
São vários os questionamentos cabíveis em relação a religião, a partir do momento em que os mesmos são feitos na ausência de uma busca do que é proposto pelo evangelho. É fato que Jesus sofreu, que Jesus agonizou uma solidão sem igual e sentiu a indiferença ter comprimidas todas suas intenções. Mas quais seriam essas intenções?
Deus já havia prometido, através de teofanias (revelações), que enviaria o Messias para salvar o mundo, e o fez. Abdicou de sua condição divina e superior, para rebaixar-se a nossa humanidade, assumiu assim tudo o que já havia dito, e revelou-se em Jesus Cristo. O plano era simples, Jesus viria salvar-nos, ao mostrar que a nova lei era simplesmente o amor, um amor regado de dignidade e honestidade, capaz de desfazer qualquer tipo de descriminação e indiferença. Mas não foi tão simples assim, ao imaginar um Messias político e libertador, a humanidade não percebeu que nossa salvação passava pela cruz, que a ressureição era o caminho, e Jesus foi tido como uma farsa, como um profeta que se fez Deus.
E é exatamente assim até hoje. Ao olhar com desprezo a história de Jesus Cristo, a humanidade repete seu ato infiel de crucificá-lo a cada momento. E você, o que tem feito por Cristo? O que tem feito por você?
Ao vir ao mundo, Jesus fez-se claro, ao respeitar "a hora" de seu Pai, não desejou realizar a vontade da terra, mas queria realizar a vontade dos céus, a vontade de Deus. E assim fez de forma perfeita. Assumiu nossa limitação, ao derramar seu sangue por nós, permitiu ser humilhado e massacrado, só pelo fato de amar, pelo fato de expôr a dinvidade de Deus.
Perceber isso, aos olhos do mundo, é realmente inviável, mas ao enxergar com uma ótica divina, tudo se faz claro. E isso incomoda, como incomoda! Não é justo perceber e entender toda essa mística, e deixar que todo o esforço tenha sido em vão. Jesus já assumiu o meu pecado, e eu? Assumo a sua santidade? Será que eu abro mão do meu engocêntrismo e me permito viver os ensinamentos de Cristo?
A essência divina se faz plausível a nossa vida, muito mais do que imaginamos. Jesus ao estabelecer a Aliança em sua última ceia, deixa-nos como herança a possibilidade de nos integrarmos ao seu projeto de salvação, e buscar vivê-lo diariamente.
Ninguém prometeu que seria fácil, mas a promessa é de que vale a pena. Para amar, é necessário se desfazer, assim como Jesus faz a cada eucaristia, para tornar o outro cada vez mais humano, porém, acima de tudo, divino. É preciso morrer um pouco a cada dia, para realizar no mundo, a imagem de um céu, sonhado por Deus.
"Vivo o céu, porém com os pés no chão."