segunda-feira, 31 de maio de 2010

Uma questão de prioridade.

O mundo se encontra numa necessidade absurda de Deus. A humanidade, ainda que não tenha descoberto, tem uma imensa sede divina. E a nós cristãos, uma prioridade se ergue desde Pentecostes, e Jesus já nos enviou a grande missão quando anunciou: "Ide por todo mundo e pregai o Evangelho a todas as criaturas".
É preciso ter a coragem de Maria. Ao construir uma analogia entre a gravidez de Maria e a presença de Cristo em nós, tomamos Ela, como 'cheia de Deus'. Ela estava em plena comunhão com Jesus, eram um só corpo, comungavam do mesmo Sangue. E assim, Maria colocou-se a serviço pleno. Ao descobrir que sua prima Izabel estava grávida, e que ela necessitava de alguma forma de ajuda, afinal, era uma senhora de médios 80 anos, Maria priorizou o servir. Conta-nos a Tradição, que para Maria chegar a casa de Izabel, se encontrasse uma caravana em primeira instância, levaria cerca de 3 dias para tal feito, mas ela foi, apressadamente.
O serviço para Maria, tornou-se uma questão de prioridade. Talvez por ela ter dito 'sim', talvez por ser uma só com Cristo.
O desafio consiste nisso. Na capacidade humana de dizer sim inteiramente à Deus. Um inteiro, que é diferente em cada ser e que é próprio da individualidade de cada um, onde o meu inteiro é diferente do seu e assim sucessivamente.
Infelizmente, tudo se coloca a frente do 'viver em Deus'. Manipulados por um sistema sistematicamente pronto ao ataque religioso, perceber-se um cristão e colocar-se no mundo como tal é sofrer. É compreender que Cristo nos oferece a Salvação através de uma cruz, e que é necessário abrir mão daquilo o que o meu ser interior diz ser prioridade, para permitir ouvir e viver a prioridade de Deus.
Se o mundo compreendesse que a prioridade é a vida, deixaria ser amado e amaria a Deus. Porém, estamos num processo tão intenso de secularização, que o mundo só consegue enxergar que a vida é um passo finito, uma contagem regressiva, onde a chegada é o morrer - digo mais, parece que quem chegar primeiro, ganha. - Sejamos firmes no nosso querer. E queiramos a Deus, e assim, o Seu querer. Porque viver é isso: é deixar simplesmente que Cristo nos ensine os caminhos, ainda que nunca os mais fáceis, e enquanto traçamos o mesmo, tragamos conosco as pessoas que amamos, conhecemos ou enxergamos, pois só assim, a paz será a paz, o amor será amor e a vida, ah a vida, será vida.
"Calo o meu querer, pra ouvir o que Deus quer ... Barco a vela solto pelo mar, vou aonde o vento do Senhor me levar."

sábado, 1 de maio de 2010

São José: No silêncio da missão.

São José, o carpinteiro, foi alguém o qual recebeu e conviveu com a vontade de Deus, desde quando sua compreensão estendeu-se além da sua humanidade. Diante das circustâncias do 'sim' de Maria, estavam aliados, não tão distantes, as consequências as quais, o 'sim' de José representaria diante da sociedade a qual viviam.
Em sua simplicidade completa, José despojou-se de si mesmo, abriu mão da tranquilidade e serenidade que havia em sua trajetória humana, e aceitou, assim, adentrar na mais perfeita aventura de amor, a de ser pai do Redentor.
A missão de José, foi encoberta pela atenciosidade de Maria e pela grandiosidade do fato consumado, do nascimento de Jesus Cristo, mas o seu empenho e seu serviço ao Reino, é um exemplo fiel de como ser um cristão sensato.
O carpinteiro deixou-se por inteiro. Aceitou sua noiva grávida, aceitou a castidade pra si, permitiu e providenciou os cuidados necessários, para que o Fruto daquele ventre, tivesse vida. Como por inspiração divina, José sabia, que daquela vida, brotaria a verdadeira Vida.
São José nos ensina, diante de um mundo secularizado, a poder enxergar a sacralidade que foi perpetuada em nossas vidas. José compreendeu a força divina, e deixou-se levar por uma força, que ainda que remasse contra a corrente, José não temeu ao mundo, apenas a Deus.
Nisso consiste o serviço. Na capacidade de encontrá-Lo de uma forma sincera, ainda que o nossos olhos tentêm impedir de enxergar-mos o sagrado de Deus em nós e no mundo, temos de ser firmes na doação pelo Reino. Entregar não só o nosso sacrifício, a nossa dor, o temor, mas entregar ao Senhor a nossa tranquilidade. Fazer do nosso tempo, o tempo de Deus. Tempo é questão de prioridade, e quando se prioriza as questões de Deus, a missão nos é oferecida pelo alto, como resposta de nossas vidas ao céu.
O serviço de José, ainda é tão disperso de si, que é no silêncio, que José nos ensina a amar. Tão próximo do Cristo, mas um dos personagens do Novo Testamento mais singelos, que soube amar por inteiro a um Deus ainda nem encarnado, mas que na sua entrega, em seu calar, e no agir com fidelidade, deixa-nos como herança o silêncio como forma de entrega.
O sacrifício por si só não é mérito de ninguém. O serviço, aliado ao sacrifício, não é mérito, apenas graça divina. É assim que São José nos mostra. Em seu silêncio, na sua simplicidade, entregar-se por inteiro, amar até o fim.
Que São José intecerda por nós junto ao seu Filho, para que saibamos amar por inteiro, sem holofotes e em distinção, porque para amar, não é preciso mostrar-se, mas entregar-se.
E se chegarmos a ser referência, se Deus nos usar como testemunho explícito, sejamos como Maria. Façamos tudo com sinceridade, com fidelidade e com a mais forte entrega que houver dentro de nós, mas, sejamos, de fato, canais que apontam para Cristo. Sejamos só o reflexo de um Deus grandioso, repleto de amor, transbordante de paz.