quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Ano novo, o Cristo de sempre.

O tempo do cronos enfim marca mais um final de ano. Desde a história de Jesus Cristo, 2009 anos se passaram, e seu amor continua real, insisitente, que atrai-nos a uma vivência especial de profundidade. Após mais um ano, repleto de valores 'mundanos', Deus nos traz a proposta de conhecê-Lo mais a fundo, vem e nos chama, como outrora ... "Vinde e vede."

Ansioso pelo encontro conosco, Deus anseia-nos como os segundos finais de um ano, como a contagem regressiva exultante de esperança por algo diferente, por dias melhores. Nossa lembrança se remete a particularidade recorrente de nossas vidas que durante um ano, foi permissiva ou não ao Reino dos céus, a Cristo.

A tradição é renovada quando na noite de reveillon, todos se vestem de branco, promove-se o famoso brinde, é a esperança de uma humanidade que aprende a dividir as alegrias em tempo de graça, do Natal ao famoso 'Ano novo'. Porém, muito além de vestir-se de branco e brindar as taças de champagne, é preciso revestir-se de Cristo e viver a alegria do tempo que é eterno, o tempo do céu. Eis o chamado, a grande vocação: Viver, em busca da plenitude com o Redentor, buscar o amor, o vinculo com a perfeição.

É preciso apaixonar-se denovo. Renovar os votos tão comuns de paz, felicidade, realizações etc, com o foco no Tudo. Mergulhar na grandeza de Cristo e sentir o sabor do céu. Um brinde humano, regado de divindade, que aguça a esperança para um futuro, onde a única certeza está no alto, Naquele que tudo pode, Naquele que é.

Finalmente, que aprendamos a ser santos. Que 2010 seja santo. Que inspirados pela grandeza do Altíssimo, estejamos sempre em unidade com Jesus Cristo. O ano novo que se aproxima, nos distancia da história da salvação, mas que ungido pelo Espírito Santo, confirme em nós a certeza do Alto. Que sejam santas às missões, as vocações. Que os leigos fiéis aprendam a amar e servir, compreendam o sentido de ser cristão, e que a Igreja seja plenificada e santificada, e continue a nos formar e ser o canal da graça para a humanidade.

FELIZ ANO NOVO!

Sicut erat in princípio, et nunc, et semper, et saecula saeculorum.

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

E então é Natal, e o que você fez?

Aproxima-se o dia 25 de dezembro, os shoppings centers, salões de beleza, o comércio em geral está a mil por hora. As casas se enfeitam, o 'papai noel' já se estampa nas entradas principais das casas, e não se fala em outra coisa se não os presentes, o tradicional amigo secreto e a exagerada ceia de Natal. O mundo está pronto. A data do Natal, o feriado mundial, está preparado, como sempre, onde a virada da noite de 24 pra 25 de dezembro tornar-se-á mais uma reunião familiar regada por bebidas e comida em excesso. Eis o natal. Até quando?

O sentido natalino está totalmente distorcido. O tempo pré-natal, o advento, vem nos intimar a manter-nos 'vigilantes e orantes', a nos preparar para a vinda de Cristo. Muito além do sentido comercial, o Natal, comemora o nascimento do menino Jesus, remete-nos a celebrar o início da vida do Redentor, e nos prepara para toda uma caminhada com O mesmo. O tempo de advento que se encerra, nos faz 'grávidos' do próprio Jesus, e Maria nos ensina a ser dispostos e confiantes no Deus Pai.

Eis o Natal, a vinda do Salvador, que deseja
nascer do ventre de nossos corações. Qual o ambiente que nossas vidas proporcionam o nascimento de Cristo? Será que uma manjedoura abandonada? Terá Jesus um local digno de um rei?

Como cristãos, somos responsáveis por mantêr Jesus, o amor, vivo. Assim como Maria, temos de assumir a responsabilidade de fazer 'crescer' o menino Jesus, somos responsáveis por fazer crescer seu Reino em meio ao mundo. O Natal de Cristo não se resume as reflexões do ano que se passa, nem o motivo para renovar o estoque de roupas ou a cor do muro de casa. É sim hora de lançar-se ao mundo, de 'desçer do monte' e ir pregar a única lei, o amor. É chegada a hora de planejar o futuro de Cristo e colocar-nos a disposição do Seu crescimento. Que pela intersseção de Maria Imaculada, sejamos dóceis ao Espírito Santo, para fazer-nos disponíveis e coerentes ao Reino dos céus, ao Cristo que nasce, ao Amor, que insistentemente, bate a porta e pede entrada em nossos corações.

'Adveniat regnum tuum, Fiat voluntas Tua'.

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Vaticano II - A pastoralidade que incomoda.

Diante de alguns estudos sobre a doutrina da Igreja, não há outro tema tão polêmico e citado quanto a suposta falibilidade do concílio Vaticano II, de sua suposta permeabilidade ao protestantismo e todas as tendências negativas que se julgam ser encontrados hoje em certos pontos da Igreja.
O concílio pastoral, é discutido e rejeitado por alguns estudiosos - ortodoxos, tradicionalistas - pelo fato de não recorrer aos dogmas da Igreja, e de fato ter sido associado a continuidade pastoral da mesma.
O discurso de abertura do Santo Padre - João Paulo XXIII - indica a prioridade do concílio, que uma vez inspirado por Deus, insistiu a necessidade de alcançar a realidade pastoral da época, e indiferente a qualquer problema, manter imutáveis a Igreja e sua doutrina, revelada por Jesus Cristo.

“é necessário que esta doutrina certa e imutável, que deve ser fielmente respeitada, seja aprofundada e exposta de forma a responder às exigências do nosso tempo. Uma coisa é a substância do « depositum fidei », isto é, as verdades contidas na nossa doutrina, e outra é a formulação com que são enunciadas, conservando-lhes, contudo, o mesmo sentido e o mesmo alcance. Será preciso atribuir muita importância a esta forma e, se necessário, insistir com paciência, na sua elaboração; e dever-se-á usar a maneira de apresentar as coisas que mais corresponda ao magistério, cujo caráter é prevalentemente pastoral.” (1)

Inflamado pelo espírito de missão, a finalidade do concílio é que o
"depósito sagrado da doutrina cristã seja guardado e ensinado de forma mais eficaz." A proposta, clara e simples, distoa-se do concílio convocado para decisões dogmáticas e/ou doutrinárias, mas faz-se tão qual importante: inclui na realidade de toda a Igreja - Bispos, Presbíteros e leigos fiéis - a potencialidade imútavel dos dogmas católicos junto à necessidade de expansão do amor de Cristo, através da pregração e expressão da Palavra de Deus.
O princípio da difusão do cristianismo exigiu dos cristãos em geral, a necessidade de manter a doutrina intacta, e lançar-se ao mundo para a sua evangelização que distoa-se eventualmente do Reino de Deus.
Torna-se assim, responsabilidade também dos leigos fiéis, prezar pela fidelidade das tradições e ensinamentos da Igreja, sendo os mesmos, responsáveis pela unidade entre céu e terra, principalmente ao ser lançado o convite ao ecumenismo, onde deve-se olhar para o outro já não com severidade mas com misericórdia e de uma maneira justa a tradição fiel da Igreja, expondo àquela cuja a qual é a única Verdade.

Num discurso sobre os 40 anos de concílio Vaticano II, o Santo Papa Bento XVI, salientou essa realidade de interpretações do concílio, as quais diferem entre si, e apresentam 'hermenêutica" distintas, sendo uma de ruptura com os ensinamentos da Igreja, e a outra "silenciosa e frutuosa" dispõe-se do caminho único da Igreja. A dificuldade do concílio se baseia na relação entre fidelidade e dinâmica, onde aos olhos dos tradicionalistas é um golpe certeiro na imutabilidade da doutrina católica, o que é um julgamento errôneo visto que o mundo, ainda que pós-concílio, afasta-se do alto, onde a juventude torna-se um desafio de evangelização e o número de católicos fiéis não seja nada regular, e é a proposta do concílio um fator determinante para que isso não se torne uma realidade universal na Igreja.

É fato que a modernidade atingiu a Igreja. As interpretações erradas em nome do concílio, tem acarretado uma série de dificuldades a conteporaneidade, e para o Santo Padre, restaurar a mesma, em tempos de uma suposta crise é um fato concreto de sua caminhada como Vigário de Cristo. A imoralidade dos fiéis, os desvios litúrgicos, a busca por uma espiritualidade eventualmente mais subjetiva a teologia da libertação, enfim, todos as influências negativas, as interpretações falsas sobre o concílio e a ausência de conduta moral por conta do mundo contemporâneo acarretam, de fato, uma realidade incoveniente, o que é causada por seus membros e não por um concílio inspirado e realizada na santidade de Deus.

Como leigos fiéis, somos convidados e temos a obrigação de lutar pela fé e pela Igreja, conservando sua doutrina e difundindo-a por todo o mundo. A cautela se faz necessária em meio as atribuições negativas que se fazem nos tempo atuais, onde são impróprias da Igreja e de sua tradição algumas atitudes pessoais e isoladas que tentam manchar a história da Igreja Una e Santa, deixada por Cristo e propagada por seus apóstolos e mártires.

Qualquer tipo de acusação ao Vaticano II, é estar em combate com a comunhao da Igreja, é distoar da comunhão com a Herança de Cristo. A 'crise' a qual enfrentamos, se dá pelo fato de interpretações e julgamentos pessoais, cujo diferem da realidade do concílio e seus documentos, além do seu verdadeiro espírito conciliar. Recorrer ao próprio julgamento é distanciar-se da Verdade pregada pela Igreja e por seu Pastor Bento, que relata o concílio de tal maneira: "
Hoje vemos que a semente boa, apesar de que se desenvolva lentamente, no entanto cresce, e cresce assim também nossa profunda gratidão pela obra desenvolvida pelo Concílio. Paulo VI, no discurso de encerramento do Concílio, indicou depois uma motivação específica pela qual uma hermenêutica da descontinuidade poderia parecer convincente. Na grande discussão sobre o ser humano que caracteriza o tempo moderno, o Concílio devia dedicar-se de forma particular ao tema da antropologia. Tinha que se interrogar sobre a relação entre a Igreja e a fé por um lado, e o ser humano e o mundo de hoje por outro (ibid., p 1066 s.). A questão fica mais clara todavia se, em lugar do termo genérico «mundo de hoje» escolhemos outro ainda mais preciso: o Concílio devia determinar de forma nova a relação entre a Igreja e a idade moderna." (2)

Ad Majorem Dei Gloriam.
Dei, solum.


(1)
John XXIII, 11 October 1962, traduzido por Pete Vere.

http://www.vatican.va/holy_father/john_xxiii/speeches/1962/documents/hf_j-xxiii_spe_19621011_opening-council_po.html

(2) http://www.padrehenrique.com/index.php/bento-xvi/569-discurso-do-santo-padre-a-curia-romana

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Advento: é tempo de voltar.

Marana Tha! Eis o que os cristãos primitivos suspiravam e agonizavam em sua espera crucificante pelo Messias. "Vinde, Senhor Jesus". E a história se repete. Em meio a tanta discórdia, em meio a tantos outros desejos comerciais e a ausência significativa da religião, eis que o natal se aproxima, o parto será em breve, e como andam as manjedouras? Os reis magos já estão à postos?
Hoje as mulheres grávidas, por menor que seja a condição financeira, em condição humana, devem realizar o pré-natal. O tempo de espera e de cuidado em relação a criança que nascerá, a ânsia em tê-lo em mãos, em acalentar e nortear a inofensiva criança. Eis assim à espera pelo Salvador. Aquele que voltará, para plenificar a Sua obra, exige de nós um cuidado especial, que já não se passa pela prioridade em dispensar as festas, o cigarro ou bebida, tudo aquilo que uma futura mãe realiza, mas se resume em despojar-se do mundo. Advento, a espera pelo Cristo que vem, implica na responsabilidade pessoal de manter-se em unidade com o Senhor. Vigiar e orai.
Indiferente aos anseios do mundo, na roupa nova, na reforma da casa ou na ceia do jantar, estejamos despertos para revestir-nos de Cristo, endireitar as veredas de nossos corações e alimentar-nos do sabor do céu, da Eucaristia que nos sustenta.
É tempo de voltar para casa, de olhar para si mesmo, e como num clichê, remodelar-se e deixar-se ser remodelado pela esperança do Cristo que vem. É tempo de planejar, de prontificar-se a servir o filho que está para nascer.
Que Maria nos ensine a ser disponível e santos!


Consolamini, consolamini, popule meus: cito veniet salus tua

quare maerore consumeris, quia innovavit te dolor?

Salvabo te, noli timere

ego enim sum Dominus Deus tuus,

Sanctus Israel, Redemptor tuus.



Consola-te, consola-te, ó meu povo:

depressa virá a tua salvação.

Por que te deixas consumir pela amargura,

por que persistes na tua dor?

Salvar-te-ei, não tenhas medo,

porque eu sou o Senhor teu Deus,

o Santo de Israel, o teu Redentor.