sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Qual o seu dom?

Somos relembrados exaustivamente que não somos nada. Limitados e fracos, abrimos mão de esforços diante das incertezas do caminho e privamos a nossa liberdade de descobrir à fundo o que é ser feliz. Enviados como imagem e semelhança de Cristo, insistimos em não reconhecer nossos dons e virtudes ao esconder a essência do amor que há em nós. Insistentemente, Deus concede-nos a graça de podermos oferecer ao mundo algo diferente.
Na contemporaneidade, somos incitados a idealizar a perfeição. Elegemos herois, nos espelhamos em acasos e afunilamos o sentido capaz de revelar-nos como filhos do céu. Formados pela estrutura comercial e momentânea, preenchemos a nossa realidade com futilidades eventualmente mais comuns e perdemos o que de fato constrói o eterno em nós.
Em toda sua simplicidade, Jesus explorou seu interior e usou com sabedoria seus dons a favor da humanidade. Não economizou um sorriso sequer, um conselho ou um abraço amigo. Agiu de forma espontânea em prol da vida, amou a cada um sem dinstinção, oferencedo-lhes aquilo o que podia.
Em nossa realidade, acomodamos o nosso viver a maneira apropriada a um retorno de esforços, onde limitamos os nossos gestos à fim de receber um retorno viável aos nossos desejos humanos, fincando a nossa mesquinhez como fruto de nossas atitudes.
Humanos sim, porém não há como usar nossa condição como pretexto para abdicarmos de amar o próximo e a nós mesmos. Por mais frágeis e faltosos, temos a responsabilidade de fazer viva a memória do Cristo Jesus. É justo Tomar como ponto inicial de nossa caminhada terrestre, a possibilidade da ressurreição do Filho de Deus em nosso cotidiano, na nossa intimidade. É preciso oferecer ao próximo aquilo que temos de melhor e assim realizar o projeto salvífico do Homem Deus.
Não nos cabe desistir. É preciso descobrir a essência da juventude que há em nossos corações, e de fato, lançar-nos ao novo. Não esconda a luz que há em você! O mundo precisa de sorrisos, palavras, olhares, silêncios ... Ofereça o que tiver de oferecer, faça a diferença, seja a diferença.
"Meu sim eu quero te dizer, querer o teu querer, e assim viver."

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Servir: Compromisso de amor

Numa "rotina" marcada pelo serviço, Jesus amou a cada ser que participou de sua história, ao abrir mão de suas comodidades em busca de um retorno sincero de amizade e compromisso. Renovava suas forças em cada amanhecer, ao descobrir nos limitados, seus valores escondidos diante de uma sociedade marcada pela hipocrisia e hostilidade humana. O dinamismo da vida de Cristo é o combustível para o nosso cotidiano. Num processo repleto de desgaste, amou de forma infinda a vida, e proporcionou aos excluídos e aos aceitos a oportunidade de serem diferentes e amados, ao ser fielmente, seus servos.
Há um episódio bíblico onde os discípulos discutem entre si qual entre eles era o maior. E a resposta é rápida: "Se quiseres saber qual de vocês é o maior, seja o servo de todos, o último entre todos". O mistério do serviço se dá pela base fortificada no amor. Preenchidos do sentimento da caridade, somos impulsionados a olhar de uma forma diferente. A permissividade ao serviço, confere-nos a essência da maior necessidade humana: o completar-se. O dom de amar encontra-se interligado a capacidade de poder doar-se pelo outro. O amor fraternal se dá por meio da consciência de edificação do próximo por meio dos gestos e atitudes que vivificam e expressam a sinceridade na prática do serviço. O amor conjugal existe em virtude da doação de ambos, é o "morrer" para dar vida ao outro. Nisso consiste o servir, no assumir a realidade da caridade ao permitir-se viver em função de um todo.
"Em tudo amar e servir". Somos convidados a assumir esse papel cristão em nossas vidas. Não há gratificação maior, do que proporcionar ao outro a vida, assim como Cristo, que na sua realidade, direcionava a vida dos oprimidos com sua disponibilidade a amar. Isso é servir. É mergulhar num projeto comum aos ideais divinos, que transformam o egocêntrismo na oportunidade de sorrir e amar junto a um irmão.
Assim como Jesus, assumamos um cotidiano dinâmico, capaz de revelar a pureza de um amor verdadeiro. Acomodar-se diante das necessidades do outro é limitar o amor de Deus. Não há preço maior do que a descoberta de um sorriso encabulado, ou de um olhar agradecido. Enfim, humanizar o próximo, dar-lhe um sentido para viver é o grande estímulo capaz de lançar-nos a caridade. Na humildade e certeza da vitória divina, já não há nome, dor, suor. É amor, Deus, só.
"Nisso se consiste a minha alegria, que agora se completa, que Ele cresça e que eu diminua."