sexta-feira, 30 de abril de 2010

Qual pecado é maior?

O mundo globalizado ensina-nos diariamente a acusar o próximo. Num contexto onde ninguém tem culpa, onde tudo se esconde, e o ser humano é definido diante da sua classe social ou da perturbação que seu pecado cause diante da sociedade, somos nós culpados por tal erro. Os conceitos firmados antes da compreensão da circunstância, a facilidade e a propriedade que o homem deu a si mesmo de punir o outro e isentar-se de culpa, revela o mundo que nós vivemos.
Diante da secularização do sistema social em que nós vivemos, e alimentados por uma mídia que transformou a informação no escândalo, a sociedade aprendeu a priorizar o limite do outro como afirmação para o erro. Criou-se uma escala de pecados, onde acusar aquilo que o mundo prioriza como escândalo, tornou a sociedade incosciente do mal que realiza corriqueiramente.
Não quero aqui, minimizar os erros de ninguém, muito menos os meus, porém, se sei daquilo que sou culpado, e ainda assim, Cristo me chama a participar da Sua mesa, me convida diariamente a recebê-Lo na Eucaristia, quem sou, diante dos meus erros, para julgar o outro como pecador ou não?
O que a Igreja nos ensina, está na distinção entre pecados veniais e mortais, e não cabe a nós humanos, 'privatizar' pecados como mais ou menos escândalosos.
Sim, estou aqui tratando também dos casos de pederastia, principalmente na Arquidiocese alagoana, onde os responsáveis por tais atos, foram crucificados por grande parte da população.
Claro, nada mais justo, que os responsáveis sejam punidos diante da lei jurídica e eclesiástica, não quero eximir ninguém de culpa, porém, é preciso muita clareza quanto as atitudes outrotra tomadas por esses consagrados, e que eles também devem ser alvo da misericórdia de Deus, de Deus, não dos homens.
Não há fundamento nenhum, em tentar modelar as leis de Deus, diante da boa vontade humana. Enquanto luta-se à favor do homossexualismo, acusa-se incondicionalmente os acusados de pederastia ou pedofilia. Enquanto acusam-se cruelmente maníacos ou doentes sexuais, a sociedade esquece que a fornicação - sexo antes do casamento - também é pecado. A sociedade choca-se com as guerras, com as mortes, mas esquece que os métodos contraceptivos são aliados firmes na luta contra à vida.
Afirmo quantas vezes for necessário, deve ser punir todo tipo de crime e pecado diante da sociedade e da Igreja! Mas não sejamos hipócritas. Não deixemos que o escândalo que a mídia propõe nos faça distante do nosso próprio erro.
Se acreditamos num mundo melhor, façamos ele primeiro em nós. Se acreditamos de fato num Deus de amor, sejamos capazes de reconhecê-Lo em nossos corações antes de não encontrá-Lo nas atitudes do próximo.
"Judica me, Deus, et discerne causam meam de gente
non sancta: ab homine iniquo et doloso erue me."

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